Carro tunado usado: vale a pena? Custos ocultos, legalização e impacto no seguro/revenda
Descubra se vale a pena comprar um carro tunado usado. Veja custos ocultos, regras de legalização, impacto no seguro e na revenda.
Equipe Seu Carro Usado
9/6/20254 min read
Introdução
Carros tunados chamam atenção por onde passam. Seja pelo ronco do escapamento esportivo, pela suspensão baixa ou pelas rodas de liga leve gigantes, um veículo personalizado transmite exclusividade. Mas, quando o assunto é comprar um carro tunado usado, a conversa muda de figura.
Por trás da aparência diferenciada, existem custos ocultos, riscos mecânicos, exigências legais e dificuldades na revenda que o comprador precisa conhecer. Neste artigo, você vai entender em detalhes:
Como funciona a legalização de carros modificados no Detran e Inmetro.
O impacto das alterações no seguro do veículo.
Por que carros tunados sofrem maior depreciação de mercado.
Quais são os principais riscos mecânicos e financeiros.
E se, no fim das contas, vale mesmo a pena investir em um usado com tuning.
O que é considerado tuning no Brasil
O termo “tuning” abrange qualquer modificação estética, estrutural ou mecânica feita em um veículo original de fábrica. Alguns exemplos comuns:
Suspensão rebaixada (com molas cortadas ou kits reguláveis).
Rodas fora da medida homologada.
Remapeamento de motor (chip de potência/remap).
Escape esportivo com alteração no nível de ruído.
Carrocerias personalizadas (aerofólios, bodykits, envelopamento total).
Iluminação não original (xenon, LED em locais não permitidos).
Todas essas mudanças têm impacto direto na segurança, na legalização e até na aceitação do carro no mercado.
Legalização no Detran e Inmetro: burocracia e custos
No Brasil, qualquer alteração significativa exige autorização prévia no Detran. O processo envolve:
Solicitação ao Detran → autorização para modificar o veículo.
Execução da modificação em oficina credenciada.
Inspeção no Inmetro → avaliação técnica para garantir que a alteração não compromete a segurança.
Emissão de novo documento (CRLV-e) já com a modificação registrada.
📌 Custos médios:
Taxa de vistoria do Detran: R$ 200 a R$ 400.
Inspeção do Inmetro: R$ 300 a R$ 500.
Regularização no documento: R$ 200 a R$ 400.
Se o carro usado já estiver modificado mas não tiver passado por esse processo, o comprador assume o risco de multas, apreensão do veículo e, em casos mais graves, recusa no seguro ou perda da cobertura em sinistros.
👉 Leia também: Como identificar chassi adulterado e evitar dor de cabeça
Impacto no seguro: risco maior e prêmios mais altos
Carros tunados entram em uma categoria de maior risco para seguradoras. Os motivos são claros:
Mais propensos a acidentes (suspensão baixa, aumento de potência).
Maior chance de roubo ou furto (peças chamativas valorizam no mercado paralelo).
Dificuldade de reposição de peças (não originais).
O que acontece na prática:
Algumas seguradoras simplesmente recusam oferecer cobertura.
Outras aceitam, mas cobram até 30% mais caro no prêmio anual.
Sinistros envolvendo modificações não declaradas podem resultar em recusa da indenização.
👉 Leia também: Seguro para carros usados: como pagar menos sem abrir mão da cobertura
Depreciação e revenda: mercado restrito
Na hora da revenda, carros tunados costumam valer menos do que um modelo original. Isso acontece porque:
O público interessado é bem menor.
A maioria dos lojistas evita pegar carros modificados na troca.
Muitos compradores associam tuning a desgaste prematuro ou uso agressivo.
📉 Exemplo prático:
Um hatch popular original pode perder em média 8% ao ano. Já um modelo tunado pode depreciar 10% a 12% ao ano, dependendo das alterações.
Resultado: além de pagar mais caro na manutenção, você tende a perder dinheiro na hora de revender.
Custos ocultos e riscos mecânicos
Além da burocracia e do seguro, carros tunados escondem armadilhas de manutenção:
Suspensão rebaixada: aumenta o desgaste dos amortecedores, compromete o conforto e pode danificar a estrutura ao passar em buracos.
Rodas fora da medida: sobrecarregam rolamentos, aumentam consumo e desgastam freios.
Remap de motor: pode elevar o consumo, aumentar emissões e reduzir a vida útil do propulsor.
Escape esportivo: além do barulho, pode causar falhas no sistema de emissões.
Iluminação alterada: gera risco de multas e reprovação no Detran em vistorias.
👉 Confira também: Checklist de avaliação antes de comprar um usado
Vale a pena comprar um carro tunado usado?
A resposta vai depender do seu perfil:
Paixão e exclusividade: se você busca estilo e já conhece os riscos, pode valer pela satisfação pessoal.
Uso racional e revenda: se seu objetivo é ter um carro confiável, barato de manter e fácil de vender, fuja de modelos muito modificados.
Em resumo: para a maioria dos compradores, não compensa. A personalização que atrai no início pode se tornar um peso no bolso na manutenção, no seguro e na hora da revenda.
FAQ – Perguntas Frequentes
1. Carro com som automotivo potente também precisa de legalização?
Sim, sistemas de som acima de determinado nível de potência podem gerar multa por perturbação do sossego.
2. Posso ser multado por dirigir com carro tunado sem legalização?
Sim. A multa é de natureza grave, com 5 pontos na CNH e apreensão do veículo até a regularização.
3. É possível financiar um carro tunado usado?
É mais difícil. Bancos e financeiras tendem a avaliar pior veículos modificados por considerar maior risco de revenda.
4. Seguro cobre tuning?
Somente se declarado e aceito pela seguradora. Caso contrário, a cobertura pode ser negada em sinistros.
5. Vale mais a pena comprar um carro já tunado ou fazer as modificações por conta própria?
Em geral, é mais seguro comprar um carro original e realizar apenas as modificações que você deseja, garantindo a legalização correta desde o início.
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