Ford Fusion: anos, versões, problemas crônicos e quanto ele realmente desvaloriza

Guia completo do Ford Fusion usado: anos e versões, defeitos crônicos, recalls, manutenção, desvalorização e como calcular o valor real de compra.

Equipe Seu Carro Usado

9/30/20256 min read

Ford Fusion 2018 cinza metálico estacionado em área urbana moderna, com frente e lateral em destaque
Ford Fusion 2018 cinza metálico estacionado em área urbana moderna, com frente e lateral em destaque

Introdução

O Ford Fusion marcou a categoria dos sedãs médios-grandes no Brasil com design, conforto e tecnologia. Mas, no mercado de usados, o “quanto vale a pena” depende de ano/versão, histórico de manutenção e de como você precifica riscos como recalls e peças mais caras.

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Linha do tempo (Brasil): o que mudou em cada fase

  • Chegada (2006/2007–2009) – Importado do México, motores 2.3 16V e V6 3.0 AWD; foco em conforto e espaço.

  • Facelift (2010–2012) – Visual e conteúdo evoluem; motor 2.5 16V, V6 atualizado e primeiras unidades Híbridas por aqui. Houve recalls de direção elétrica (EPAS) em parte desse período.

  • Nova geração (2013–2016) – Plataforma global; 2.0 EcoBoost e Híbrido ganham força; segurança e tecnologia sobem. Teve recall da bucha do cabo seletor do câmbio (risco de o carro não travar em “P”).

  • Última fase (2017–2020) – Reestilização leve; consolidação de Titanium e Híbrido; fim da produção global em 2020, e fechamento das fábricas da Ford no Brasil foi comunicado em 2021, o que impactou percepção de revenda.

Problemas crônicos e recalls que você precisa conhecer

Abaixo, foco nos pontos que mais pesam na compra do usado. Não significa que todo Fusion tenha o defeito — o que importa é checar histórico, recall feito e como o carro foi mantido.

2010–2012: direção elétrica (EPAS)

  • Sintoma: perda súbita da assistência; direção fica pesada.

  • Ação: houve recall para reparar falha do sensor/motor da assistência elétrica; a NHTSA investigou casos e um grande lote foi chamado.
    Como avaliar: peça comprovante de recall concluído e teste a direção em manobras apertadas e em baixa velocidade.

2013–2016: bucha do cabo seletor do câmbio

  • Sintoma: alavanca em “P”, mas a transmissão não fica em “P” (risco de o carro se mover).

  • Ação: recall oficial (Brasil) para substituir a bucha do cabo seletor e instalar capa protetora.
    Como avaliar: confira chamado atendido; com o carro parado, teste engates e verifique mensagens no painel.

2013–2019: mangueiras de freio dianteiras

  • Sintoma: pedal mais baixo/freio “borrachudo” por possível vazamento.

  • Ação: recall para inspeção/substituição das mangueiras de freio (FR).
    Como avaliar: luz de freio/nível do fluido, inspeção visual e teste de frenagens progressivas.

2013–2018: EcoBoost e vazamento de líquido de arrefecimento

  • Sintoma: superaquecimento, marcha irregular, fumaça branca.

  • Contexto: houve campanhas/boletins para motores 1.5 e 2.0 EcoBoost em mercados com Fusion (inclui Brasil por importação), por fugas de fluido que podem levar a falha grave se ignoradas.
    Como avaliar: variação de temperatura, odor adocicado, nível baixando; levar scanner; revisão do sistema de arrefecimento.

Importante: além desses, sempre verifique se as campanhas de airbag foram feitas (Takata afetou muitos modelos no mercado inteiro).

Câmbio e trem de força: o que costuma aparecer

  • Automáticos 6 marchas (Aisin/6F): em carros sem trocas periódicas de fluido, pode haver trancos/oscilações. Procedência e manutenção preventiva contam mais do que o “nome do câmbio”.

  • EcoBoost 2.0: excelente desempenho, mas pede manutenção correta (óleo certo, arrefecimento 100% e combustível de qualidade). Ignorar sinais pequenos sai caro depois.

  • Híbridos: muito confiáveis quando manutenção é seguida; a bateria híbrida dura anos, mas substituição é cara — coloque isso na conta da compra.

Custos de manutenção (baliza real no Brasil)

A Ford Brasil ainda mantém tabelas de revisão com preço fixo para Fusion (2.5 e 2.0 EcoBoost) e Fusion Hybrid; dá para usar como referência mínima do custo preventivo em concessionária:

  • Revisões intermediárias típicas R$ 1,0–1,8 mil;

  • Itens grandes (60.000 km) podem passar de R$ 2,7 mil (velas, filtros, fluido de freio etc.);

  • Hybrid tem pacote próprio.

Em oficinas independentes especializadas, pode cair — mas não economize em fluido de câmbio, arrefecimento e peças de freio/suspensão.

Desvalorização: onde o Fusion perde (e onde ele ganha)

  • Efeito “fora de linha/saída da Ford”: modelos que saem de linha costumam desvalorizar acima da média; estudos de 2021 já mostravam o Fusion entre os que mais caíram no curto prazo (ex.: SEL 2.0 EcoBoost 2019 com queda de ~12,4% no período analisado).

  • Comparativos anuais mostram que, frente a rivais (Accord/Camry/Passat), o Fusion normalmente perde um pouco mais, especialmente em anos de “notícia ruim” (fim de produção no mundo em 2020 e fechamento de fábricas no Brasil em 2021). Freep

  • Na prática do usado: versões Titanium e Hybrid bem cuidadas seguram melhor que aspirados antigos, e carros com recalls feitos + histórico fechado vendem mais rápido.

  • Como referência, séries históricas de FIPE para anos específicos ajudam a medir a linha de tendência de preço (ex.: SE 2.5 2018 com queda acumulada em 12 meses).

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Quais anos/versões fazem mais sentido?

  • Bom custo-benefício

    • 2013–2016 2.0 EcoBoost com recalls feitos (bucha do seletor + mangueiras de freio) e arrefecimento em ordem. Pede manutenção correta, mas entrega o melhor pacote de desempenho/segurança/tecnologia.

    • Híbrido 2017–2020: economia alta e pacote moderno; avalie saúde da bateria e histórico.

  • Compra de oportunidade

    • 2010–2012 2.5 com histórico total e EPAS/airbags em dia. Anda menos, gasta parecido, mas costuma ser barato; ideal para quem roda pouco/regular.

  • Para evitar ou checar muito bem

    • Unidades com mau histórico do EcoBoost (sinais de aquecimento, troca de fluido negligenciada).

    • Carros com câmbio trancando/engates imprecisos sem diagnóstico.

    • Qualquer ano com recalls pendentes (seletor/mangueiras/EPAS).

Checklist rápido para ver o carro

  1. Chassi/lataria: alinhamentos, diferença de tonalidade, pontos de reparo.

  2. Direção/freio: teste de baixa e alta, leve o carro numa rua de paralelepípedo; verifique assistência da direção e firmeza do pedal.

  3. Câmbio: engates, trancos em 1ª–2ª/2ª–3ª, ré e “P” (especialmente 2013–2016 com recall do seletor).

  4. Arrefecimento (EcoBoost): variações de temperatura, mangueiras, reservatório e odor; procure registros de troca de fluido/bomba.

  5. Eletrônica: câmera, sensores e multimídia; módulos podem ser caros.

  6. Histórico de revisão: use as tabelas da Ford para balizar custos e ver se as trocas fazem sentido.

Conclusão

O Fusion segue sendo uma compra excelente no usado quando você encontra unidade com histórico fechado e recalls concluídos. Ele desvaloriza mais que alguns rivais, sim — e a saída da Ford do Brasil ajudou a piorar a percepção —, mas exatamente por isso dá para comprar muito carro por menos dinheiro se você souber avaliar.

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Leitura complementar (interna)

FAQ

1) Ford Fusion é um bom carro usado?
Pode ser ótimo se tiver recalls feitos, manutenção provada e arrefecimento/câmbio em ordem. Unidades mal cuidadas viram “bombas”.

2) Qual Fusion é mais indicado para comprar?
2013–2016 2.0 EcoBoost bem mantido (recalls do seletor e mangueiras feitos) ou Híbrido 2017–2020 com bateria saudável.

3) Quais problemas crônicos devo checar?
EPAS (2010–2012), bucha do seletor (2013–2016) e sistema de arrefecimento dos EcoBoost (2013–2018).

4) A manutenção do Fusion é cara?
Acima da média dos sedãs compactos/médios. Tabelas oficiais dão baliza de preços de revisão (e ajuda a identificar “histórico real”).

5) O Fusion desvaloriza muito?
Mais do que alguns rivais. Após sair de linha e com a Ford encerrando fábricas no Brasil (2021), a percepção de revenda piorou — oportunidade para comprar barato, mas venda pode ser mais lenta.

6) O Fusion 2008 vale a pena?
Pode valer como compra barata se estiver muito inteiro e com histórico. Mas, se você quer tecnologia/segurança sem dor de cabeça, busque 2013+ e confirme recalls.

Interior do Ford Fusion 2018 com painel multimídia, volante multifuncional e bancos de couro.
Interior do Ford Fusion 2018 com painel multimídia, volante multifuncional e bancos de couro.