Ford Fusion: anos, versões, problemas crônicos e quanto ele realmente desvaloriza
Guia completo do Ford Fusion usado: anos e versões, defeitos crônicos, recalls, manutenção, desvalorização e como calcular o valor real de compra.
Equipe Seu Carro Usado
9/30/20256 min read


Introdução
O Ford Fusion marcou a categoria dos sedãs médios-grandes no Brasil com design, conforto e tecnologia. Mas, no mercado de usados, o “quanto vale a pena” depende de ano/versão, histórico de manutenção e de como você precifica riscos como recalls e peças mais caras.
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Linha do tempo (Brasil): o que mudou em cada fase
Chegada (2006/2007–2009) – Importado do México, motores 2.3 16V e V6 3.0 AWD; foco em conforto e espaço.
Facelift (2010–2012) – Visual e conteúdo evoluem; motor 2.5 16V, V6 atualizado e primeiras unidades Híbridas por aqui. Houve recalls de direção elétrica (EPAS) em parte desse período.
Nova geração (2013–2016) – Plataforma global; 2.0 EcoBoost e Híbrido ganham força; segurança e tecnologia sobem. Teve recall da bucha do cabo seletor do câmbio (risco de o carro não travar em “P”).
Última fase (2017–2020) – Reestilização leve; consolidação de Titanium e Híbrido; fim da produção global em 2020, e fechamento das fábricas da Ford no Brasil foi comunicado em 2021, o que impactou percepção de revenda.
Problemas crônicos e recalls que você precisa conhecer
Abaixo, foco nos pontos que mais pesam na compra do usado. Não significa que todo Fusion tenha o defeito — o que importa é checar histórico, recall feito e como o carro foi mantido.
2010–2012: direção elétrica (EPAS)
Sintoma: perda súbita da assistência; direção fica pesada.
Ação: houve recall para reparar falha do sensor/motor da assistência elétrica; a NHTSA investigou casos e um grande lote foi chamado.
Como avaliar: peça comprovante de recall concluído e teste a direção em manobras apertadas e em baixa velocidade.
2013–2016: bucha do cabo seletor do câmbio
Sintoma: alavanca em “P”, mas a transmissão não fica em “P” (risco de o carro se mover).
Ação: recall oficial (Brasil) para substituir a bucha do cabo seletor e instalar capa protetora.
Como avaliar: confira chamado atendido; com o carro parado, teste engates e verifique mensagens no painel.
2013–2019: mangueiras de freio dianteiras
Sintoma: pedal mais baixo/freio “borrachudo” por possível vazamento.
Ação: recall para inspeção/substituição das mangueiras de freio (FR).
Como avaliar: luz de freio/nível do fluido, inspeção visual e teste de frenagens progressivas.
2013–2018: EcoBoost e vazamento de líquido de arrefecimento
Sintoma: superaquecimento, marcha irregular, fumaça branca.
Contexto: houve campanhas/boletins para motores 1.5 e 2.0 EcoBoost em mercados com Fusion (inclui Brasil por importação), por fugas de fluido que podem levar a falha grave se ignoradas.
Como avaliar: variação de temperatura, odor adocicado, nível baixando; levar scanner; revisão do sistema de arrefecimento.
Importante: além desses, sempre verifique se as campanhas de airbag foram feitas (Takata afetou muitos modelos no mercado inteiro).
Câmbio e trem de força: o que costuma aparecer
Automáticos 6 marchas (Aisin/6F): em carros sem trocas periódicas de fluido, pode haver trancos/oscilações. Procedência e manutenção preventiva contam mais do que o “nome do câmbio”.
EcoBoost 2.0: excelente desempenho, mas pede manutenção correta (óleo certo, arrefecimento 100% e combustível de qualidade). Ignorar sinais pequenos sai caro depois.
Híbridos: muito confiáveis quando manutenção é seguida; a bateria híbrida dura anos, mas substituição é cara — coloque isso na conta da compra.
Custos de manutenção (baliza real no Brasil)
A Ford Brasil ainda mantém tabelas de revisão com preço fixo para Fusion (2.5 e 2.0 EcoBoost) e Fusion Hybrid; dá para usar como referência mínima do custo preventivo em concessionária:
Revisões intermediárias típicas R$ 1,0–1,8 mil;
Itens grandes (60.000 km) podem passar de R$ 2,7 mil (velas, filtros, fluido de freio etc.);
Hybrid tem pacote próprio.
Em oficinas independentes especializadas, pode cair — mas não economize em fluido de câmbio, arrefecimento e peças de freio/suspensão.
Desvalorização: onde o Fusion perde (e onde ele ganha)
Efeito “fora de linha/saída da Ford”: modelos que saem de linha costumam desvalorizar acima da média; estudos de 2021 já mostravam o Fusion entre os que mais caíram no curto prazo (ex.: SEL 2.0 EcoBoost 2019 com queda de ~12,4% no período analisado).
Comparativos anuais mostram que, frente a rivais (Accord/Camry/Passat), o Fusion normalmente perde um pouco mais, especialmente em anos de “notícia ruim” (fim de produção no mundo em 2020 e fechamento de fábricas no Brasil em 2021). Freep
Na prática do usado: versões Titanium e Hybrid bem cuidadas seguram melhor que aspirados antigos, e carros com recalls feitos + histórico fechado vendem mais rápido.
Como referência, séries históricas de FIPE para anos específicos ajudam a medir a linha de tendência de preço (ex.: SE 2.5 2018 com queda acumulada em 12 meses).
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Quais anos/versões fazem mais sentido?
Bom custo-benefício
2013–2016 2.0 EcoBoost com recalls feitos (bucha do seletor + mangueiras de freio) e arrefecimento em ordem. Pede manutenção correta, mas entrega o melhor pacote de desempenho/segurança/tecnologia.
Híbrido 2017–2020: economia alta e pacote moderno; avalie saúde da bateria e histórico.
Compra de oportunidade
2010–2012 2.5 com histórico total e EPAS/airbags em dia. Anda menos, gasta parecido, mas costuma ser barato; ideal para quem roda pouco/regular.
Para evitar ou checar muito bem
Unidades com mau histórico do EcoBoost (sinais de aquecimento, troca de fluido negligenciada).
Carros com câmbio trancando/engates imprecisos sem diagnóstico.
Qualquer ano com recalls pendentes (seletor/mangueiras/EPAS).
Checklist rápido para ver o carro
Chassi/lataria: alinhamentos, diferença de tonalidade, pontos de reparo.
Direção/freio: teste de baixa e alta, leve o carro numa rua de paralelepípedo; verifique assistência da direção e firmeza do pedal.
Câmbio: engates, trancos em 1ª–2ª/2ª–3ª, ré e “P” (especialmente 2013–2016 com recall do seletor).
Arrefecimento (EcoBoost): variações de temperatura, mangueiras, reservatório e odor; procure registros de troca de fluido/bomba.
Eletrônica: câmera, sensores e multimídia; módulos podem ser caros.
Histórico de revisão: use as tabelas da Ford para balizar custos e ver se as trocas fazem sentido.
Conclusão
O Fusion segue sendo uma compra excelente no usado quando você encontra unidade com histórico fechado e recalls concluídos. Ele desvaloriza mais que alguns rivais, sim — e a saída da Ford do Brasil ajudou a piorar a percepção —, mas exatamente por isso dá para comprar muito carro por menos dinheiro se você souber avaliar.
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Leitura complementar (interna)
Como a saída da Ford do Brasil impactou os preços, é útil analisar os carros usados que mais desvalorizam em 2025.
Para quem pensa em comprar um Fusion usado, também vale evitar os erros comuns ao comprar um carro usado.
E, para equilibrar luxo e razão, veja os carros usados com melhor custo-benefício em 2025.
FAQ
1) Ford Fusion é um bom carro usado?
Pode ser ótimo se tiver recalls feitos, manutenção provada e arrefecimento/câmbio em ordem. Unidades mal cuidadas viram “bombas”.
2) Qual Fusion é mais indicado para comprar?
2013–2016 2.0 EcoBoost bem mantido (recalls do seletor e mangueiras feitos) ou Híbrido 2017–2020 com bateria saudável.
3) Quais problemas crônicos devo checar?
EPAS (2010–2012), bucha do seletor (2013–2016) e sistema de arrefecimento dos EcoBoost (2013–2018).
4) A manutenção do Fusion é cara?
Acima da média dos sedãs compactos/médios. Tabelas oficiais dão baliza de preços de revisão (e ajuda a identificar “histórico real”).
5) O Fusion desvaloriza muito?
Mais do que alguns rivais. Após sair de linha e com a Ford encerrando fábricas no Brasil (2021), a percepção de revenda piorou — oportunidade para comprar barato, mas venda pode ser mais lenta.
6) O Fusion 2008 vale a pena?
Pode valer como compra barata se estiver muito inteiro e com histórico. Mas, se você quer tecnologia/segurança sem dor de cabeça, busque 2013+ e confirme recalls.

