Por que Caminhonetes como D-20 e F-1000 Sumiram das Ruas? Veja o que mudou
Elas eram sinônimo de força e resistência, mas praticamente desapareceram. Entenda por que as clássicas caminhonetes dos anos 80 e 90 deram lugar aos modelos modernos — e o que mudou nesse caminho.
Equipe Seu carro Usado
6/20/20253 min read


As brutas que marcaram época no Brasil
Quem viveu os anos 80 e 90 certamente lembra da Chevrolet D-20, Ford F-1000 e da primeira Silverado. Eram caminhonetes grandes, parrudas, com motor diesel que fazia barulho grosso e torque de sobra. Essas máquinas dominaram fazendas, estradas de terra, zonas rurais e até cidades do interior.
Mas hoje, encontrar uma D-20 rodando nas ruas virou raridade. As F-1000 viraram peça de colecionador ou caminhonetes de nicho. A antiga Silverado? Quase extinta.
O que aconteceu com essas lendas? Por que elas sumiram do mercado? Vamos entender os motivos por trás do fim dessa geração — e o que veio no lugar.
O que tornava essas caminhonetes tão populares?
Esses modelos não eram só bonitos ou potentes: eles eram funcionais, duráveis e brutos na essência. Veja o que fazia delas um sucesso:
Motores a diesel com torque alto, ideais para carga pesada;
Facilidade de manutenção mecânica, mesmo em oficinas simples;
Chassi forte e estrutura rígida, feitos para aguentar tranco;
Pé no chão no projeto: sem firulas eletrônicas, sem luxos exagerados;
Custos de uso mais baixos em relação aos benefícios entregues.
A D-20, por exemplo, ficou famosa pelo motor 4.0 Maxion — confiável, bruto e com peças baratas. Já a F-1000, principalmente nas versões com motor MWM, era referência de força e durabilidade. Eram caminhonetes feitas para o Brasil real.
Por que essas caminhonetes sumiram?
Vários fatores contribuíram para o fim dessas caminhonetes clássicas. Veja os principais:
1. Mudança na legislação ambiental
O motor diesel em veículos leves começou a ser restrito no Brasil a partir dos anos 90. Novas normas de emissão dificultaram a produção de caminhonetes como D-20 e F-1000, que não se encaixavam mais nos padrões de poluição.
2. Fim dos subsídios e aumento de impostos
Os incentivos fiscais para veículos a diesel foram reduzidos. Isso encareceu a produção e afastou consumidores das caminhonetes antigas, que também começaram a enfrentar maior custo de IPVA e seguro.
3. Mudança no perfil do consumidor
O brasileiro passou a querer mais conforto, design moderno e tecnologias embarcadas. As brutas, que antes eram desejadas por sua simplicidade, começaram a parecer “ultrapassadas” frente às novas picapes com cabine dupla, ar-condicionado digital e central multimídia.
4. Avanço das picapes médias modernas
Com o crescimento de modelos como S10, Hilux, Ranger e L200, o mercado foi ocupado por caminhonetes com melhor dirigibilidade, conforto urbano e motores mais eficientes — matando o espaço das antigas.
O que veio no lugar: as caminhonetes modernas
As sucessoras das caminhonetes raiz dos anos 80 e 90 são as picapes médias atuais, com maior foco em:
Tecnologia embarcada (central multimídia, controle de tração, piloto automático);
Conforto urbano (direção elétrica, suspensão mais macia, bancos de couro);
Segurança (airbags, controle de estabilidade, sensores de tudo);
Design sofisticado (mais SUV do que caminhonete bruta);
Preço alto e foco em público urbano de alto padrão.
Resultado: caminhonetes que rodam mais na cidade do que na terra.
Ainda vale a pena comprar uma D-20 ou F-1000?
Depende do objetivo.
Vale a pena se:
Você quer uma caminhonete para uso rural intenso ou carga bruta;
Vai reformar para uso próprio com manutenção caseira;
Gosta do estilo raiz e sabe lidar com eventuais peças antigas;
Quer um projeto de restauração com valor afetivo.
Não vale a pena se:
Espera conforto e performance de carro moderno;
Precisa de agilidade no trânsito urbano;
Não está disposto a lidar com possíveis dificuldades para encontrar peças;
Quer usar como carro do dia a dia em grandes cidades.
Por que essas caminhonetes ainda têm tantos fãs?
Mesmo fora de linha há décadas, D-20, F-1000, A10, C10 e Silverado antiga continuam sendo símbolos de resistência, força e simplicidade.
São modelos que:
Aguentam carga e buraco como poucos;
São fáceis de manter no interior do Brasil;
Passam de pai para filho;
Marcaram a história do agronegócio e das pequenas cidades.
Conclusão: a era das brutas ficou no passado, mas deixou saudade
D-20, F-1000, Silverado e tantas outras caminhonetes que dominaram o Brasil nos anos 80 e 90 não foram substituídas — foram superadas por uma nova mentalidade de mercado. Mas isso não significa que perderam valor.
Pelo contrário: hoje são cultuadas por quem entende de caminhonete de verdade.
Se você já teve uma, com certeza sabe o que ela representa.