Sinistro Leve, Médio ou Grave: Como Identificar Antes de Comprar

Encontrou aquele carro usado aparentemente impecável e com preço abaixo da média? Atenção: pode ser um veículo com histórico de sinistro.

No Brasil, milhares de carros com algum tipo de avaria são recuperados e voltam ao mercado como se nada tivesse acontecido. E muitos compradores descobrem só depois que levaram para casa um carro com passagem por sinistro leve, médio ou até grave.

Neste post, você vai entender as diferenças entre os tipos de sinistro, como identificar antes de fechar negócio e o que isso representa na prática.

O Que é um Sinistro?

No mundo automotivo, “sinistro” é qualquer situação em que o veículo sofre danos e a seguradora precisa intervir — seja com reparo ou indenização total. Pode ser causado por colisão, enchente, incêndio, roubo ou outros fatores.

Existem três categorias principais de sinistro: leve, médio e grave. Saber identificá-las ajuda a evitar prejuízo na revenda e problemas com a segurança.

🚦 Sinistro Leve

O que é:
Danos superficiais que não afetam a estrutura do veículo. Exemplos: troca de para-choque, lanternas, capô, pequenos amassados.

É possível recuperar?
Sim. Em geral, o carro mantém sua integridade estrutural e pode ser reparado com peças novas ou usadas.

Impacto na prática:

• Normalmente não é registrado no CRLV

• Quase imperceptível visualmente se o reparo foi bem feito

• Pode ser negociado com preço normal, se o histórico for transparente

Como identificar:

• Verifique alinhamento da frente e traseira

• Pergunte ao dono ou loja sobre históricos de colisão

• Faça laudo cautelar em empresas especializadas

🚧 Sinistro Médio

O que é:
Danos mais sérios que atingem partes estruturais do carro, como colunas, assoalho, teto ou longarinas. Mas o carro ainda pode ser reparado com autorização da seguradora.

É possível recuperar?
Sim, mas com ressalvas. Exige oficina especializada e peças de qualidade. Mal reparado, pode comprometer segurança.

Impacto na prática:

• Pode constar como "recuperado" ou “sinistro recuperável” no histórico

• Desvaloriza o carro na revenda

• Algumas seguradoras se recusam a segurar

Como identificar:

• Faça consulta pelo chassi (Detran, empresas de vistoria, sites pagos)

• Exija laudo de estrutura

• Olhe por baixo: assoalho amassado ou pontos de solda indicam reparo

❌ Sinistro Grave (ou Perda Total)

O que é:
Quando o dano é tão extenso que o carro é considerado economicamente inviável de recuperar, ou quando a estrutura foi comprometida de forma definitiva.

É possível recuperar?
Tecnicamente sim, mas o veículo é destinado à sucata ou reaproveitamento de peças. Se voltar ao mercado, está fora da lei ou irregularizado.

Impacto na prática:

• Registro de "Sinistro com perda total" no histórico

• Não pode ser transferido legalmente em muitos casos

• Total desvalorização

• Risco à segurança

Como identificar:

• Consulta completa no Detran ou em empresas especializadas

• Histórico de leilão de seguradora

• Documentação constando "irrecuperável" ou “inservível”

Como Consultar o Histórico do Carro Antes da Compra?

• Consulta pelo Renavam ou Chassi (Detran, Serasa, Olho no Carro, Checkauto)

• Laudo cautelar completo (verifica estrutura, chassi, pontos de solda, histórico de leilão, etc.)

• Atestado de procedência da loja ou proprietário

Não confie apenas na aparência. Muitos carros sinistrados passam por reparo cosmético impecável, mas mantêm vícios ocultos — e valor de mercado comprometido.

O Que Considerar Antes de Comprar um Carro com Histórico de Sinistro?

• Preço bem abaixo da média? Desconfie.

• Tem laudo estruturais e notas fiscais de peças?

• A seguradora atual aceita fazer seguro do veículo?

• Você vai usar o carro por muitos anos ou pensa em revender em breve?

Para quem vai usar o carro até o fim, um sinistro leve pode ser uma boa oportunidade. Para quem pensa em revenda futura, o risco nem sempre compensa.

Conclusão: Saber o Tipo de Sinistro Muda Tudo

Comprar um carro com histórico de sinistro pode ser uma economia inteligente — ou uma grande cilada.
Tudo depende de saber exatamente o que você está levando para casa.

Agora que você conhece as diferenças entre leve, médio e grave, fique atento aos detalhes, peça laudos, consulte o histórico e negocie com consciência.

Veja também:

• Como saber se o carro é de leilão?

• Checklist de carro usado: o que observar antes de fechar negócio

• Documentação de leilão: o que vem diferente e o que você precisa conferir