Cálculo de financiamento de carro: como fazer

Entenda taxa, entrada, prazo e CET. Veja simulações reais, erros comuns e um passo a passo para comparar propostas sem cair em armadilhas. No fim, use o simulador para ver o seu caso.

Equipe Seu Carro Usado

8/18/20254 min read

Contrato de financiamento de carro em português com calculadora e chaves sobre a mesa
Contrato de financiamento de carro em português com calculadora e chaves sobre a mesa

O que compõe a parcela (em português claro)

A parcela do financiamento é a soma de:

  • Amortização: a parte que reduz sua dívida.

  • Juros: custo do dinheiro (taxa ao mês).

  • Tarifas e seguros embutidos: TAC, registro de contrato, seguros (quando houver).


    Somando tudo, nasce o CET (Custo Efetivo Total). É o número que realmente compara propostas.

Dica: antes de se empolgar com “parcela baixa”, procure o CET no contrato. Se faltar, peça por escrito.

Como comparar propostas corretamente (checklist rápido)

  1. Taxa ao mês e CET (não aceite só “taxa a partir de…”).

  2. Entrada e prazo (o mesmo entre propostas!).

  3. Seguros/serviços embutidos (consulte se são obrigatórios e se podem ser retirados).

  4. Multa por atraso e custo de antecipação (se pretende quitar ou amortizar).

  5. Modalidade: CDC tradicional vs. leasing vs. consórcio (são produtos diferentes).

Simulações reais (para sentir o impacto no bolso)

Cenários didáticos com taxas típicas de mercado. Use como referência, depois rode o seu caso no simulador:
https://seucarrousado.com.br/simulador-de-financiamento

Cenário A — carro de R$ 60.000
• Entrada: 20% (R$ 12.000) → Financiado: R$ 48.000
• Taxa: 2,0% a.m. | Prazo: 48x
• Parcela estimada: R$ 1.564,89
• Total pago: R$ 75.114,63
• Juros totais: R$ 27.114,63

Cenário B — carro de R$ 60.000 sem entrada
• Entrada: 0% → Financiado: R$ 60.000
• Taxa: 2,2% a.m. | Prazo: 60x
• Parcela estimada: R$ 1.810,66
• Total pago: R$ 108.639,83
• Juros totais: R$ 48.639,83

Cenário C — carro de R$ 80.000
• Entrada: 30% (R$ 24.000) → Financiado: R$ 56.000
• Taxa: 1,8% a.m. | Prazo: 36x
• Parcela estimada: R$ 2.127,09
• Total pago: R$ 76.575,40
• Juros totais: R$ 20.575,40

Cenário D — carro de R$ 40.000 sem entrada (prazo curto)
• Entrada: 0% → Financiado: R$ 40.000
• Taxa: 3,0% a.m. | Prazo: 24x
• Parcela estimada: R$ 2.361,90
• Total pago: R$ 56.685,52
• Juros totais: R$ 16.685,52

Por que muda tanto? Taxa e prazo. Prazos longos “barateiam” a parcela, mas explodem o total pago. Entrada maior derruba juros e o CET.

Estratégias para reduzir parcela e custo total

  • Aumente a entrada (mesmo que signifique esperar alguns meses).

  • Encurte o prazo até o ponto em que a parcela caiba no orçamento com folga.

  • Negocie seguros e serviços embutidos (muitos são opcionais).

  • Compare bancos/financeiras com o mesmo tripé: entrada + taxa + prazo.

  • Antecipe parcelas quando sobrar caixa: reduz juros e encurta a dívida.

  • Se vai trocar de carro, use a Calculadora de Avaliação para chegar ao valor justo do usado e aumentar a entrada:
    https://seucarrousado.com.br/calculadora-de-avaliacao-de-carro-usado

Passo a passo: calcule “quanto você vai pagar”

  1. Defina o orçamento mensal que não comprometa sua vida (30% da renda é um teto conservador).

  2. Simule 3 combinações no simulador (mudando prazo e entrada) até achar o ponto ótimo:
    https://seucarrousado.com.br/simulador-de-financiamento

  3. Anote CET, total e seguro de cada proposta.

  4. Revise o contrato: confirme taxas, serviços e multas.

  5. Reserve um fundo de manutenção (3 a 6 parcelas) para imprevistos e despesas iniciais (IPVA, seguro, transferência, pneus etc.).

Itens que impactam o financiamento (e muita gente ignora)

  • Seguro pelo seu CEP: simule antes; bairros diferentes mudam muito o prêmio.

  • Histórico do carro: usado problemático encarece manutenção e pode inviabilizar o financiamento se laudo/documentos não fecharem.

  • Custo de transferência e gravame: some no orçamento.

  • Perfil de uso: se você dirige pouco, talvez valha buscar um carro mais barato + prazo menor (melhor custo total).

Erros comuns que encarecem a compra

  • Decidir só pela parcela (e ignorar CET/total).

  • Aceitar serviços embutidos sem questionar.

  • Não comparar mesmo prazo/entrada entre propostas.

  • Fechar negócio sem simular seguro e manutenção inicial.

  • Levar o carro sem laudo e documentação conferidos.

Perguntas frequentes

Quanto a entrada mínima muda na parcela?
Muito. Subir a entrada de 10% para 30% pode reduzir centenas de reais por mês e dezenas de milhares no total.

É melhor prazo longo e antecipar depois?
Funciona se você de fato antecipar com frequência. Se não, prazo longo tende a sair caro.

Consórcio é sempre mais barato?
Não. Consórcio não tem juros, mas tem taxas e espera pela contemplação. Compare com seu cenário e urgência.

Vale financiar acessórios/seguro junto?
Quase nunca. Quando você embute, paga juros sobre esses itens também.

Conclusão

Para saber quanto vai pagar de verdade, compare sempre CET, entrada e prazo no mesmo padrão — e fuja de “parcelas mágicas”. Use o simulador para montar seu cenário, aumente a entrada quando possível e não abra mão de laudo/documentação antes de assinar.

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