Comprar carro em outro estado: o que você precisa saber

Vale a pena comprar carro fora do seu estado?

Com a facilidade de encontrar veículos em portais como OLX, Webmotors e Marketplace do Facebook, muitos compradores começam a pesquisar ofertas fora da sua cidade ou estado, principalmente quando os preços estão mais atrativos.

Mas será que realmente vale a pena? Comprar um carro em outro estado pode envolver mais gastos e burocracia do que parece à primeira vista. E, dependendo do caso, a economia vira prejuízo.

Neste post, você vai entender:

• Os principais riscos e vantagens

• Quais custos adicionais existem

• Como funciona a transferência interestadual

• Quando vale a pena e quando é cilada

Por que os preços variam tanto entre estados?

A diferença de preços entre estados se dá por fatores como:

• Oferta e demanda locais

• Impostos estaduais diferentes

• Perfil de uso do carro (cidade, estrada, litoral)

• Veículos que foram de frotas, locadoras ou leilões

• Incentivos fiscais regionais (como PCD, isenção de ICMS)

Por exemplo: é comum encontrar SUVs e sedãs mais baratos em São Paulo, enquanto utilitários e picapes têm valores menores no interior do Nordeste ou Centro-Oeste.

Os custos extras de trazer um carro de outro estado

A parte mais negligenciada por quem se empolga com um bom preço é o custo total de efetivar essa compra. Veja os principais itens:

🔹 Transporte do carro

• Reboque ou cegonha: entre R$ 1.000 e R$ 3.000 dependendo da distância

• Buscar rodando: gasto com combustível, pedágios e estadia

🔹 Vistoria e transferência

• Vistoria do DETRAN local para transferência

• Pagamento de taxas (DUDA, DUT, taxa de emissão de CRV, etc.)

• Média entre R$ 300 e R$ 700, dependendo do estado

🔹 IPVA proporcional

• Se o carro foi comprado no começo do ano, pode haver cobrança proporcional

• Pode haver diferença de alíquota de IPVA entre estados

🔹 Custos indiretos

• Perda de garantia (se for carro seminovo com garantia regional)

• Dificuldade para checar histórico de manutenção e procedência

• Possíveis pendências ou bloqueios administrativos no estado de origem

Como fazer a transferência de outro estado corretamente?

1. Exija o CRV (documento de compra e venda) preenchido e assinado

2. Solicite um laudo cautelar antes de fechar negócio

3. Peça ao vendedor que resolva todos os débitos anteriores (IPVA, licenciamento, multas)

4. Após a compra, leve o carro a um posto do DETRAN no seu estado para vistoria

5. Realize o pagamento das taxas locais e faça o novo registro em seu nome

Atenção: a falta de transferência em 30 dias gera multa e pontos na CNH.

🔗 Recomendado: Transferência de carro usado em 2025: custos, documentos e riscos que ninguém te conta

Quando vale a pena comprar carro em outro estado?

Pode compensar em casos como:

• Modelos específicos ou versões raras que não existem no seu estado

• Carros com procedência comprovada e preço significativamente menor

• Veículos com baixa quilometragem e único dono real

• Negócios fechados com lojas confiáveis ou concessionárias conhecidas

Se a economia for de mais de R$ 4.000 em relação à média local, pode justificar o esforço — desde que tudo esteja regularizado.

Quando é melhor desistir?

Evite comprar carro em outro estado se:

• O vendedor não apresenta laudo completo ou histórico do veículo

• Há dúvidas sobre registro de sinistro, leilão ou alienação

• O carro tem placa de outro estado, mas está sendo vendido sem nota fiscal ou contrato claro

• Você não poderá viajar para ver o carro pessoalmente

💡 Golpes com carros de outros estados são comuns, principalmente em anúncios com preço muito abaixo da média.

Como evitar dor de cabeça?

Algumas boas práticas para quem quer comprar em outro estado:

• Faça videochamada ao vivo com o vendedor

• Use plataformas confiáveis e com intermediação segura

• Sempre faça consulta completa por chassi e placa

• Priorize vendedores com reputação e endereço comercial visível

• Se possível, contrate um despachante local para acompanhar a transação

🔗 Complementar: Como descobrir se um carro já teve recall e se o problema foi resolvido

Dica final: calcule o valor real da compra

Nem sempre o carro barato é o mais vantajoso. Coloque na ponta do lápis:

• Valor do carro

• Transporte

• Taxas de transferência

• Custo de regularização

• Potenciais riscos ou necessidade de reparos

Antes de fechar negócio, use nossa calculadora de avaliação de carro usado e veja se o preço ainda compensa após todos os custos extras.

Conclusão: pode compensar, mas exige atenção dobrada

Comprar carro de outro estado é uma prática comum, mas exige planejamento, cautela e conhecimento sobre as regras do DETRAN local.

Se a economia for real, o histórico for confiável e o processo for feito corretamente, pode ser um bom negócio. Caso contrário, os custos e riscos podem transformar a compra em uma dor de cabeça cara.