Procuração para vender carro: quando usar e o que evitar

Entenda quando usar a procuração para vender um carro, os riscos envolvidos, os tipos de procuração e as situações em que o documento pode virar dor de cabeça.

Equipe Seu Carro Usado

8/6/20254 min read

Mão segurando caneta prestes a assinar documento sobre mesa de madeira com chave de carro e carimbos
Mão segurando caneta prestes a assinar documento sobre mesa de madeira com chave de carro e carimbos

O que é a procuração para venda de veículo?

A procuração é um documento legal que permite a uma pessoa agir em nome de outra. No caso da venda de um carro, ela autoriza alguém (o procurador) a realizar procedimentos como transferência, assinatura de documentos, recebimento de valores ou representação no Detran.

Apesar de ser um recurso bastante comum, especialmente em situações em que o proprietário do veículo está ausente ou quer facilitar o processo, o uso da procuração requer cautela. Quando mal utilizada, pode gerar sérios problemas, tanto jurídicos quanto financeiros.

Quando usar uma procuração para vender um carro?

A procuração costuma ser utilizada em situações específicas, como:

  • O proprietário está fora da cidade ou do país e não pode comparecer presencialmente.

  • Venda para pessoa de confiança (como parentes ou sócios) que irá cuidar da negociação.

  • Empresas que deixam um responsável fixo para assinar em nome do proprietário (ex: grandes frotas).

  • Representação por advogados em disputas ou regularização de veículos com pendências judiciais.

Atenção: Mesmo que pareça conveniente, usar a procuração para a venda de carro não exime o verdadeiro dono da responsabilidade legal pelo veículo até que a transferência definitiva seja feita.

Tipos de procuração mais usados

Existem dois formatos principais de procuração no contexto da venda de veículos:

1. Procuração pública (em cartório)

É registrada oficialmente em cartório e costuma ter maior validade jurídica. É o tipo recomendado para venda de bens como veículos, principalmente em negociações com terceiros.

2. Procuração particular (escrita e assinada)

Pode ser feita sem registro em cartório, mas só é válida quando reconhecida a firma da assinatura. É menos segura e aceita em menos contextos.

O que pode ser autorizado na procuração?

A procuração pode conter uma ou mais permissões específicas. As mais comuns são:

  • Assinar o CRV (Certificado de Registro do Veículo)

  • Receber o valor da venda

  • Efetuar a transferência no Detran

  • Assinar contrato de financiamento

  • Representar o proprietário perante órgãos públicos

O ideal é limitar os poderes da procuração ao estritamente necessário, reduzindo os riscos de uso indevido.

Quais os riscos de vender carro por procuração?

Apesar de parecer uma solução prática, o uso de procuração para vender carro pode gerar prejuízo se não for bem pensado.

O carro continua em seu nome

Mesmo que a pessoa tenha vendido o carro com sua autorização, você continuará como o responsável legal até que a transferência para o novo dono seja concluída. Isso inclui:

  • Multas

  • IPVA

  • Pontuação na CNH

  • Acidentes

  • Processos judiciais

Possibilidade de má-fé

Se a pessoa autorizada na procuração agir de má-fé, você pode ser responsabilizado por ações que nunca soube que ocorreram.

Longo prazo de validade

Se a procuração for sem prazo definido ou não for revogada formalmente, ela continua válida mesmo após a venda, o que pode permitir usos indevidos no futuro.

Exemplo prático: quando a procuração vira problema

Imagine que você assina uma procuração para que um primo venda seu carro enquanto você está viajando. Ele vende o carro, recebe o valor e entrega para o novo dono. Mas o comprador não transfere o carro e começa a acumular multas.

Como o veículo ainda está no seu nome, as penalidades caem sobre você. Além disso, caso haja acidente, o processo judicial pode chegar em seu CPF.

Como se proteger ao usar uma procuração?

Se for inevitável usar a procuração, siga essas orientações:

✅ Faça procuração pública com validade limitada (ex: 30 ou 60 dias)
✅ Descreva com clareza os poderes concedidos
✅ Evite incluir permissão para receber valores, se não for extremamente necessário
✅ Após o uso, vá ao cartório e revogue a procuração formalmente
✅ Acompanhe a transferência do veículo junto ao Detran

Quando evitar totalmente o uso da procuração?

Evite o uso da procuração nos seguintes casos:

  • Venda para estranhos ou terceiros desconhecidos

  • Negócios com valor muito alto, onde o prejuízo pode ser grande

  • Situações de pressa ou urgência, que podem induzir erro

  • Quando o comprador recusa a transferência imediata ou quer levar o carro antes de concluir a documentação

A regra de ouro é: se você pode assinar pessoalmente, assine.

Alternativas à procuração na venda de carros

Hoje em dia, com a modernização dos cartórios e Detrans, é possível realizar boa parte do processo de venda com mais segurança, sem precisar delegar a terceiros:

  • Assinatura do CRV e reconhecimento de firma em cartório

  • Uso do ATPV-e digital (CRLV-e), emitido pelo aplicativo CDT ou site do Detran

  • Agendamento online no Detran para transferência

  • Utilização de despachantes habilitados, que atuam com responsabilidade técnica

Tabela: Vantagens e desvantagens da procuração na venda de carro

Dica importante:

Antes de vender seu carro — por procuração ou não — consulte seu valor de mercado com precisão.

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Leitura complementar: